Tenho o mundo na palma das mãos
Mas não existem palmas
É tudo tanto desespero
Tanta militância, tanto erro
Que no fim só me lembro das lágrimas
Deste planeta sujo e evenenado
De pé olho no céu um fardo
A nos carregar e ser por nós carregado
A relutar e insistir na sobrevivência
Todo nosso sublime e insano pecado.
Cada momento passa solene
Deprimente é levar a garganta doente
Por dizer frases malditas
Blasfemar o mundo todo numa frase
Quero deixar tudo isso, mas ainda não é tão tarde
E quando o sol se desfizer em mistério?
Nossa solidão será tanta neste universo
Outro em meio às multidões
Zumbis de nossas próprias convicções
Caminharemos junto neste verso.
Tudo o que aprendemos ser não é nada
Nosso ensaio sobre a vida é uma grande piada
E sua métrica enfadonha me despreza
Até que morto, eu salte pela relva
A descobrir novos deuses e ciladas.
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