Uma dor estrondosa no peito insiste que eu desista. Todos os dias de manhã acordar, condução, trabalho, rotina desde a adolescência. Se passaram alguns anos e a batalha por sobrevivência continua. Na única vez em que tive a oportunidade de ter um trabalho digno, próximo à minha casa, fui eliminado por não me portar como um executivo, um homem de negócios e ter prerrogativas mais simples e humanas sobre existir.
Sofrimento e confronto de ideais. Não quero me render, não quero ser mais uma vítima. O sistema nos joga num poço sem fundo e nos deixa caçando saídas, mesmo sabendo que possivelmente jamais as encontraremos. No debate sobre literatura, dias atrás, uma frase não quis mais sair da minha mente: "A vida não é um ensaio". Temos uma tentativa pra fazer tudo dar certo. E se quisermos seguir até o fim nessa, vamos ter o que nos foi reservado pela ordem natural das coisas. Existem caminhos demais para escolher. E dependendo de sua cor, origem, raça e religião, isso pode se tornar um labirinto sem porta de saída para a felicidade.
A crença foi criada pelos homens para que não se sentissem tão solitários no universo. Assim como os extra-terrestres e TV a cabo. Portanto acredito que, por mais que se estude, seja o idealizador de um projeto escabroso na NASA, que vai mudar a vida de milhares de pessoas, lhe render muita grana na conta e uma foto sua estampando a capa dos melhores do ano na revista People, você ainda é tão ignorante quanto aquele moleque soltando pipa da laje no Jd. Santo Eduardo.
Inventem o remédio para a vida eterna, pílulas de emagrecimento precoce, poltronas massageadoras, a cura do câncer, das doenças venéreas, da dependência química, da miséria intelectual e humana, reinventem o mundo oba-oba e acabem com o mercado. E aí pergunte-se: O que estou fazendo aqui neste computador, com estas pessoas ao meu redor e pensando sobre isso? Você vai ver que o mundo pode ser eterno, mas nossa liberdade é por demais limitada.
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