"Toda Noite" e um debate sobre Gangsta Rap

por Robson Assis | | 19.3.10

O gangsta rap é um gênero muito criticado por quem não atua no meio ou não está diretamente ligado ao estilo. Os rappers são em geral marrudos e ríspidos em seus modos e traduzem em letra a vida nos subúrbios de grandes cidades. Assuntos policiais como tráfico de drogas, prisões e assaltos fazem parte da temática que também descreve abertamente o sentimento de viver nas periferias e favelas do país. Sem contar o bairrismo, o orgulho de dizer em que lugar do mundo mora, característico dos artistas nacionais.

O estilo é mal visto por ser violento, falar verdades demais, muitas vezes até acusado de induzir os jovens ao crime, às drogas. São olhares críticos superficiais e desvirtuados que não ajudam o desenvolvimento desta música no Brasil. Fábio Rogério, da 105 FM, é um dos agitadores culturais que tentam desvincular a imagem do rap ao crime, com seus chavões "apóie o rap nacional" e "rap é música boa de se ouvir".

Já coloquei em debate neste blog a questão de como o disco novo do Racionais vai ditar os rumos do rap no Brasil e achei que o assunto tinha morrido - pelo menos até o lançamento do novo disco do grupo. Falei sobre a deterioração da música rap, de americanização dos artistas. Foi então que recebi, via MSN, um link para o clipe do Helião e Pixote no Youtube:



E bem, era disso que eu estava falando.

O rap sempre triunfou por tirar jovens da marginalidade e ensinar um novo caminho aos que já estavam sem norte ou expectativa de mudança. Lembro de um rap do Sabotage com participação do RZO e SP Funk que dizia: "um brinde a quem aqui acabou de sair do crime" (TIO FRESH). É o uso da cultura como caminho para o ativismo, para a ação social "de nós pra nós" como se diz, feita do povo para o povo. Outra citação que me veio à cabeça vem da nova escola: "no fim das contas fazer rima é a parte mais fácil" (EMICIDA).

Não quero - e talvez nem precise - fazer uma profunda análise deste rap, pois fica claro que a proposta musical está longe de seu ideal como nunca antes. Botando fogo em minha esperança para com os rumos da música rap gangsta, "Toda Noite" é apadrinhada por um dos rappers mais respeitados no cenário nacional: Helião (RZO). É estranho e constrangedor ouvir pensamentos tão díspares de um artista que sempre foi fiel ao seu contexto.

O fundamento de minha crítica é o pano de fundo deste texto: O rap deveria ajudar a promover uma renovação em cada indivíduo, dar start em um conjunto de revoluções pessoais que levem o artista e o fã a um aprendizado mútuo. Entretanto, se você tem 10 anos de estrada e está "com os flagrante, com os B.O" numa viagem para a França, amigo, posso dizer que o rap fez tanto por você que deu a volta ao ponto zero.

2 comentários:

V.A.T.O disse...

se é essa revolução q tanto sonhavan lamento o tyu
tb quando vi esse son td pike snoop dog xeiu de porporina fikei decepicionando maz fz oq tyu é cara dos cars msm bate nu peito q curte nike e a porra td lamnetavel né tyu $$$$$ no bolso e foda-se o povo q acreditava neles na mora nike nu desse tyu.... maz ainda ten uns ainda q nu se entregaram né mano.....

BrunoricO. disse...

É parceiro, como você mesmo já leu minha opinião sobre isso lá no meu posto sobre a divisão do rap, nem preciso falar muito, mas ae o rap nacional ta esquisito, alguns grandes morrendo, outros se desvirtuando, ta foda nego.
Abração.

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