Não tem quem faça enxergar
De longe o lugar em que fiz meu lar
Não tem lixeiras gigantes
Nem colchões flutuantes sobre a piscina
Quem dera minha sina
Fosse ter de não ver
A dor da mãe quando o dia amanhecer
Seu filho baleado dentro do carro
Correndo atrás de um futuro ainda blindado
O PM que matou se levanta pra tomar café
A mãe chora e no terço coloca a fé
A rotina de sangue que o poeta cantou
Continua tirando meninos do gol
E colocando na linha
De frente pra morte
O sistema não quer todo mundo morto
Preferem ter alguém no sufoco
Para lamentar a falta de comida
E pedir no programa pra que o Gugu reconstrua sua vida
Aí sim eles vão sorrir
Sentados na sala de estar
E aplaudir no conforto do lar
o menino morto na frente do bar.
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Um comentário:
Poesia panfletária, esse é o meu garoto! Que graça teria ser milionáro se não existisse o favelado pra gente sortear uma ajuda/esmola?
è nóis!
Abraço
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