Duas visões e Um caminho

por Robson Assis | | 29.11.10

Duas visões completamente necessárias para entender o que acontece nas incursões de pacificação ao Morro do Alemão Rio de Janeiro. A primeira, 'Vale tudo: O Estado pode usar os métodos de criminosos?' no blog do Sakamoto, trata de interesses de governo, mídia e avaliações de caráter moral sobre a onda de pacificação 24 horas em toda a programação da TV aberta.

Do outro lado, Bruno Rico e um conto chamado A guerra em primeira pessoa, que expressa e destrincha o sentimento da periferia à sua maneira poética, mas não como aquela carta entregue ao Jornal Nacional. Rico é meu amigo, morador do RJ, compartilha diversas opiniões como a minha sobre música e literatura marginal, além disso, escreveu alguns dos melhores contos que li este ano. Além do blog Sentimento Crítico, que reúne toda sua produção literária, ainda escreve o excelente blog de opinião Mundo do Rap.

Ficamos por aqui, apenas com este trecho do Tao te Ching, escrito chinês de 600 a.C, uma das leituras do mês que veio bastante a calhar:

"o demasiado
o desmesurado
o desqualificado

os que ajudam o soberano pelo curso
esses não violam com armas o mundo

tal ação provoca reação

onde campeiam tropas    aí crescem espinhos
após grandes combates    sempre anos nefastos

bom é apenas o desfecho
e basta!

não ousar dominar com violência

o desfecho sem apoteose
o desfecho sem repressão
o desfecho sem arrogância
o desfecho porque irremediável
o desfecho sem violência

as coisas reforçando-se caducam

isto se diz: sem curso

sem curso

logo o decurso"

Tao Te Ching, 'O Livro do Caminho e da sua Virtude', Lao Tse

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