"Tamo vindo aqui do sul pra falar de hip hop
É nosso jeito se ser, preocupaçao não é ibope
É idéia que somos, é o dia após o outro
É morrer e renascer de novo"
--Da Guedes, Minha Cultura
Até onde sabemos, a TV Cultura vai cancelar a exibição do programa Manos e Minas, último suspiro da cultura de rua na programação da TV aberta, agora prestes a ter um fim como o Yo! MTV Raps, dos anos 90.
Desde ontem, no Twitter, acontece uma enxurrada de protestos através da tag #salveomanoseminas, com o intuito de transmitir o descontentamento da cultura hip-hop com a decisão já tomada pelo presidente da Fundação Padre José de Anchieta, João Sayad. A tag entrou no Trending Topics de quinta-feira, entre os assuntos mais comentados na rede social.
A legião de seguidores do hip-hop não é ingênua e sabe das consequências que um protesto como este podem ter. Não é preciso acreditar que esta grande quantidade de tweets vão ganhar forma e serão ouvidos, uma vez que as decisões burocráticas e de mercado envolvidas tiveram peso que não podemos medir. Além do Manos e Minas, outros excelentes redutos de informação cultural como os programas Vitrine e até mesmo o recente Login serão extintos da grade.
Deste modo, o debate e a posição dos usuários quanto ao fim da exibição do programa - ainda que com a possibilidade de ser apenas um tiro seco no escuro - denota uma cultura com mais foco, que sabe por quais caminhos utilizar suas forças e propagar sua mensagem. Isso se torna mais visível nos momentos de adversidade que acompanham toda a história do movimento.
"Quero idéia e flow, saca?
Direto eu vejo Hip-Hop na maca,
Com gente igual eu dizendo: 'Pelo amor de Deus, doutor'
E vários lá sugando como se a cultura devesse um favor"
--Emicida, Hey Rap
O escritor e agitador cultural Alessandro Buzo, que apresentava o quadro Buzão - Circular Periférico resume em seu blog a responsabilidade do programa para a cultura "encarava o Manos e Minas como um trabalho e uma missão (mostrar a periferia que o Datena não mostra)".
Os meios de contato com a TV Cultura estão abertos e devem ser utilizados pelo público que quer a continuidade do programa. É possível protestar através do Fale Conosco no site, ou mesmo através de replies para o perfil @tvcultura no Twitter. Ou ainda através da tag #salveomanoseminas que continua com força nesta sexta-feira.
Um comentário:
lamentavel o unico progama de hip hop que temos fora do ar!
a pergunta é sera que é tudo nosso mesmo oque cantamos. "é tudo nosso é tudo nosso".
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