Alcides, um brasileiro

É fácil uma notícia passar despercebida nos grandes portais de TV e internet, mesmo com todos os questionamentos sociais e culturais que carregam. É fácil porque o leitor não está mais acostumado a refletir sobre o assunto em questão, é preciso saber e pronto, o fato de ler e tirar suas próprias conclusões deixou de ser uma prática constante.

Alcides do Nascimento tinha 22 anos, era estudante de biomedicina na universidade federal de Pernambuco (UFPE). No último sábado, foi assassinado dentro de sua casa, enquanto estudava. O garoto foi um destes exemplos de brasileiros que lutam por seus objetivos acima de qualquer outra coisa e não deixam se abater porque são pobres ou sem oportunidades. Sua história já havia sido contada no Fantástico, certa vez. Sua mãe é mulher pobre, vendedora ambulante, que sustentou seus filhos com a esperança de vê-los com um diploma de doutor. O sonho de toda mãe que cria seus filhos na periferia.

O garoto foi abordado por criminosos que procuravam um vizinho e atiraram no rapaz, que não soube dar explicações. Eles não só tiraram um filho de sua mãe, mas interromperam também uma vida brilhante, de um batalhador que não conheceu na vida motivos para se entregar à marginalidade. Criminosos que, de certo, nunca pararam para repensar suas vidas e tiraram os sonhos de quem sempre prezou pela honestidade.

Como bem analisado pelo blog do Geneton Moraes Neto, essa é uma dívida que o Brasil não vai poder pagar à Alcides e sua família.

Fica o desespero de uma mãe, que sabemos, sempre chora no fim do ato.




“A felicidade se conquista aos poucos. Ela é adquirida por cada pedra tirada do caminho”

-Alcides do Nascimento