Meu ponto final sobre a série que mais se fala por aí.
LOST foi uma série sobre o ponto de fusão entre ciência e fé, incluindo viagens no tempo e realidades alternativas relacionadas com a crença de que os dias melhores sempre chegam. Mais do que isso, fala sobre como você pode estar buscando o caminho errado fazendo o que parece ser a coisa certa ou o contrário disso.
Para conseguir uma boa moral da história produzindo um seriado cool, J.J Abrams incluiu todas estas questões morais em paralelo à uma queda de avião com sobreviventes em uma ilha esquecida pela humanidade. Um mote simples que por si só já resultaria em um bom roteiro de ação e aventura -
lembra de O Náufrago? - mas que, quando agregado à primeira idéia, adiciona ficção e drama em sua receita.
O que também ajudou a colocar a série em outro degrau distante do convencional foram as referências a livros e filósofos. Personagens como John Locke, Desmond David Hume, Danielle Rousseau, Mikhail Bakunin, além de outras diversas citações literárias, como
Ratos e Homens,
O Senhor das Moscas,
Ardil 22 e
O Mágico de Oz. Ainda que, no fundo, sejam apenas citações e não tenham íntima relação com o resultado final da obra, são signos que oferecem grande impacto ao espectador.
Acredito que o resultado final de LOST traz paz a muitas questões e a toda mitologia criada ao seu redor. Claro que não para os que teorizaram demais, este nicho de fãs neuróticos para o qual qualquer final seria incompreensível, vendido e decepcionante.
Interessante saber como os consumidores de cultura atualmente já não se contentam mais em saber apenas o que acontece nos livros, filmes ou séries. São necessários jogos interativos, fóruns, notícias meticulosas com ou sobre os criadores, spoilers inusitados
às vezes, inclusive, falsos. Tudo isso cria uma nova categoria relacionada àquele produto em especial, destinada a atender outros novos fãs e espectadores.
Mas OK, não vou entrar nos méritos do impacto social criado pela série, porque o especial LOST no blog
Trabalho Sujo, já disse tudo o que eu poderia pensar em dizer, com direito a
um manuscrito do filósofo Gilles Deleuze. O especial conta também com textos de grandes referências da internet, inclusive do próprio Alexandre Matias, que é dono do blog e editor-chefe do caderno Link, do Estadão. Vale conferir.