A ansiedade, a agonia a distração. Nada me faz diferença. Acendo o cigarro e imagino um mundo onde os animais são apenas animais. Isso me faz lembrar aquele livro do Orwell, em que todos são iguais, porém uns mais iguais que os outros. Os homens são animais mais iguais que os outros. Humanos fedem. Viajo em pensamento, não percebo nada em minha frente. Percebo que meus amigos, à minha volta dão risada de algo, talvez da minha cara. Bem provavelmente da minha cara. Devem me imaginar bêbado como sempre, brisando em algo além daquele rolê, daquelas garotas dançando funk carioca perto do carro com o porta-mala aberto, daquelas garrafas vazias e do cheiro insuportável e delicioso de cigarro, maconha e qualquer outra coisa suja no ar. É só mais uma noite suja. Outra sexta-feira em que o pagamento do mês patrocina minha auto-destruição. Outra viagem da minha mente que, infelizmente, tem volta. Só daqui a pouco. Preciso relaxar dentro de mim. Quero estar em contato com alguém. Aqui eu só vejo corpos imersos num vazio sem fim. E eles me olham cada vez mais fundo, talvez seja mesmo hora de voltar.
- E aí, tio, tá brisado, doidão? hahahaha
- Nada, mano, só pensando um pouco na vida.
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