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Expo Davila Nós Somos!

por Robson Assis | | 20.8.12 COMENTE!

Neste final de semana rolou a Expo Davila Nós Somos!, no Campo Limpo, SP. Um evento que trouxe rap, break dance, exposição de low riders e um mutirão de graffiti para colorir os muros do jardim Umuarama, na zona sul de São Paulo. Com distribuição e venda de comida no local e famílias inteiras presentes, o evento ajudou a aproximar ainda mais os moradores do bairro da cultura hip-hop e da arte, de um modo mais amplo. E eu? Só registrei né, não era de lá.
 

36 anos de Hip-Hop

por Robson Assis | | 12.11.10 2 Comentários

Falo do Brasil, de uma cena independente mais aberta e informal. Do hip-hop que conheci através de amigos que cantarolavam um refrão do Racionais que nunca mais saiu da minha cabeça.

As décadas de 70/80, cerne de toda essa cultura que hoje agrega cada vez mais seguidores, nos entregou o hip-hop e suas primeiras rimas, moinhos de vento, scratches e bombers na parede. E hoje, os precursores de toda essa história colhem seus louros, se não apenas em dinheiro, também em consideração e respeito.

Somam-se quatro programas de rap em São Paulo, na rádio 105FM, um programa na TV aberta, o Manos e Minas que, por ter sua continuidade tão batalhada, tornou-se também, neste 2010, um tópico indiscutível para a história do rap nacional.

Vivemos o começo de uma nova década onde já se debate com menos frequência a virtualização da música, e ainda assim, um MC de talento e vontade surpreendentes consegue montar e vender, sozinho, 10 mil cópias de um disco produzido em casa, com a ajuda de amigos. Se ele não pode ter o direito dos discos de ouro no Faustão, o hip-hop entra em cena e, como um pai que acende a vela do bolo, faz sua própria homenagem.

O graffiti está nos principais museus do mundo, DJs e Bboys ganham respeito, são valorizados enquanto artistas, cotados para ministrar workshops sociais na periferia e trabalhar nas brechas do Estado, o limbo sócio cultural em que nasce a população menos favorecida.

Na internet, o hip-hop está mais presente do que nunca, com portais de informação e debate como a Central Hip-Hop, o Rapevolusom e o Rap Nacional, blogs especializados que trabalham com informação mais focada, reflexiva e detalhista como o Per Raps, XXL Co e Do Lado de Cá. Além das milhares de colaborações e blogs com menos acessos diários, espalhados pela rede, como este em que você está.

Sem falar nos produtores de filmes, como o Jeferson De, responsável pelo já tão premiado Bróder, sobre o Capão Redondo; e o Alessandro Buzo, que recebeu medalha de menção honrosa no 18º Gramado Cine Vídeo pelo documentário Profissão MC; os saraus na periferia da cidade seguem ganhando cadeiras cativas nas palestras das bienais e conquistando espaços cada vez mais inusitados por todo o Brasil. Jornalistas como o Gilberto Yoshinaga e Jessica Balbino, são essenciais para a cultura com seus projetos pessoais, coberturas e comprometimento, guiando os meus caminhos (e o de muitos outros como eu) com suas lanternas, ainda que quilômetros à frente dos meus pés.

Apesar de toda essa evolução e sem uma busca aprofundada a respeito do assunto, as críticas esparsas sobre o hip-hop nos veículos de imprensa tratam esse pequeno pedaço de toda a história negra como uma parte pobre da cultura popular, como um exemplo claro da arte emburrecida e banalizada. A culpa, como sempre, é direcionada às massas por algum erro de percurso com os trilhos excludentes da arte.

Que desculpem o ego, a pompa e circunstância, mas hoje a festa é apenas deste lado. A toda essa catarse de falso moralismo da mídia, o Hip-Hop manda um abraço e, incisivo, deixa o aviso pelas palavras de Thaíde: 'NADA PODE ME PARAR'.

***

Robson Assis, jornalista, conheceu o hip-hop em 1998, enquanto se divertia com os amigos num hidrante quebrado, na periferia de São Paulo. É feliz proprietário de seus blogs, seu carro, uma vasta coleção de livros e do coração de uma garota. Além disso, escreve perfis próprios em terceira pessoa, só por diversão.

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