Dias sem fim (Conto) #02

por Robson Assis | | 29.3.10 COMENTE!

Em direção ao ponto de ônibus algo lhe aconteceu. Sentiu o sono apertar e o chão amolecer sob seus pés. Caminhou mais rápido até o coletivo que já o esperava, sentou-se. Era o 175 rumo a Lapa, pensou em alguns minutos em pegar O Oscar Wilde que lia, mas talvez adormecesse sem perceber e deixasse o livro cair. Pensou outras possibilidades mais confusas e decidiu ler na volta do trabalho, se lhe fosse conveniente.

Conversou qualquer bobagem com o cobrador. Tinham uma cumplicidade desmedida, eram amigos sem o ser. A última rodada do campeonato estadual de futebol, o caso daqueles meninos brutalmente assassinados. Ao mesmo tempo que seus assuntos eram mutáveis e rasos, a relação era discreta e para ambos agradável.

Viu uma mulher com bebê de colo, um garoto com roupas velhas e cabelo arrumado passando por baixo da catraca. Dormiu um sono inocente, involuntário e sem pretensões. Foi acordado pelo cobrador. Levantou sem pensar e rosnou ao quase amigo quando viu que havia passado seu ponto. Não sabia onde estava. Ligou pro trabalho, o telefone não existia ou estava fora da área de cobertura. A operadora sempre exterminava os números, quando se precisava deles. Entrou num prédio qualquer sem saber porque. Tinha a chave, o acesso fora sutil ao receber um bom dia do porteiro. O botão do elevador lhe pareceu intuitivo quando apertou o oitavo andar.

Não sabia o que estava fazendo. Tinha que sair dali, tinha que ir trabalhar, "porra, uma falta" foi a primeira frase que lhe veio à cabeça. Mas não sabia o que estava fazendo, por onde estava andando, como aquela chave do portão havia parado em sua mão. O elevador parou no sexto. Uma garota entra e o cumprimenta com um nome que ele não entende. Saia em tom rubro chocante, jeito descuidado e chiclete sem sabor quase em denúncia de sua falta de pudores. "Tá subindo?", diz a pequena, com um olhar que agora a denunciava completamente. "Sim, mas só mais dois". "Ah, então vou com você... Eles tão em casa?". A primeira pergunta mental foi "quem, porra, quem? Onde diabos estou indo?", mas só lhe respondeu não saber.

Outra vez, ao sair do elevador, estranhou já conhecer o caminho do lugar que não conhecia. Foram pelo corredor, parou em frente ao 86. Um momento de dúvida lhe disse que não devia estar ali. Olhou para sua quase conhecida, depois para as chaves em sua mão. Cutucou a mochila, ainda estava lá. Não era tão mal assim, aquele ainda era mesmo ele. Sorriu para a garota que o olhou intrigada e se dispôs a retrucar "vamos, pára de brincar" e o empurrou para o apartamento 88, do outro lado do corredor.

As chaves entraram e o estalo da fechadura o fez assustar num pulo do banco: "seu trampo já é no próximo, mano" o cobrador o acordava dentro do ônibus.

As Memórias Póstumas de Dina Di

por Robson Assis | | 25.3.10 1 Comentário

Dina Di foi uma das maiores rappers nacionais e morreu na última sexta-feira, aos 34 anos, vítima de uma infecção hospitalar após dar à luz Aline, sua segunda filha. Vocal do Visão de rua, emplacou a participação feminina no rap nacional, com letras pesadas e bem marcantes.

Seu último single, inédito, chama-se "Prova de Fogo" e parece ter sido escrito como uma memória póstuma, uma oração sem grandes pretensões que de certa forma ganhou heróica importância após sua morte. A música tem participação do grupo Paradigma e Kiko santana. Prova de fogo está disponível para download aqui.

"Senhor,
Quero te servir, eu abro mão do meu tesouro
Sou pobre, cega e nua, mesmo com todo o meu ouro
E se eu morrer é pra nascer de novo e te seguir
E se eu perder é pra ganhar 100 vezes mais, evoluir
A vida é o nosso bem maior, sonhei que eu nunca morreria
Sonhei com o dia D, sonhei que Deus perdoaria
Mas há sonhos que não podem ser, olhos que não podem ver
Tempestades que não podemos prever"

(Achei o single no Rapevolusom)

NY-Z, um documentário

por Robson Assis | | 23.3.10 COMENTE!

Novo documentário de 15 minutos sobre Jay-Z intitulado NY-Z, dirigido por Danny Clinch, cuja proposta é trazer aos fãs um retrato sobre o artista. O vídeo acompanha trechos dos bastidores do show no Madison Square Garden, em memória às vítimas do 11 de setembro. No curta, o rapper fala de sua infância, sua motivação como artista, sua paixão pela música e sua estreita relação com Nova York, 'imortal nos seus versos'. NY-Z dá o pontapé inicial ao Absolut Concert Series, uma parceria entre a ABSOLUT, Jay-Z e Madison Square Garden.

"Toda Noite" e um debate sobre Gangsta Rap

por Robson Assis | | 19.3.10 2 Comentários

O gangsta rap é um gênero muito criticado por quem não atua no meio ou não está diretamente ligado ao estilo. Os rappers são em geral marrudos e ríspidos em seus modos e traduzem em letra a vida nos subúrbios de grandes cidades. Assuntos policiais como tráfico de drogas, prisões e assaltos fazem parte da temática que também descreve abertamente o sentimento de viver nas periferias e favelas do país. Sem contar o bairrismo, o orgulho de dizer em que lugar do mundo mora, característico dos artistas nacionais.

O estilo é mal visto por ser violento, falar verdades demais, muitas vezes até acusado de induzir os jovens ao crime, às drogas. São olhares críticos superficiais e desvirtuados que não ajudam o desenvolvimento desta música no Brasil. Fábio Rogério, da 105 FM, é um dos agitadores culturais que tentam desvincular a imagem do rap ao crime, com seus chavões "apóie o rap nacional" e "rap é música boa de se ouvir".

Já coloquei em debate neste blog a questão de como o disco novo do Racionais vai ditar os rumos do rap no Brasil e achei que o assunto tinha morrido - pelo menos até o lançamento do novo disco do grupo. Falei sobre a deterioração da música rap, de americanização dos artistas. Foi então que recebi, via MSN, um link para o clipe do Helião e Pixote no Youtube:



E bem, era disso que eu estava falando.

O rap sempre triunfou por tirar jovens da marginalidade e ensinar um novo caminho aos que já estavam sem norte ou expectativa de mudança. Lembro de um rap do Sabotage com participação do RZO e SP Funk que dizia: "um brinde a quem aqui acabou de sair do crime" (TIO FRESH). É o uso da cultura como caminho para o ativismo, para a ação social "de nós pra nós" como se diz, feita do povo para o povo. Outra citação que me veio à cabeça vem da nova escola: "no fim das contas fazer rima é a parte mais fácil" (EMICIDA).

Não quero - e talvez nem precise - fazer uma profunda análise deste rap, pois fica claro que a proposta musical está longe de seu ideal como nunca antes. Botando fogo em minha esperança para com os rumos da música rap gangsta, "Toda Noite" é apadrinhada por um dos rappers mais respeitados no cenário nacional: Helião (RZO). É estranho e constrangedor ouvir pensamentos tão díspares de um artista que sempre foi fiel ao seu contexto.

O fundamento de minha crítica é o pano de fundo deste texto: O rap deveria ajudar a promover uma renovação em cada indivíduo, dar start em um conjunto de revoluções pessoais que levem o artista e o fã a um aprendizado mútuo. Entretanto, se você tem 10 anos de estrada e está "com os flagrante, com os B.O" numa viagem para a França, amigo, posso dizer que o rap fez tanto por você que deu a volta ao ponto zero.

Dias sem fim (Conto)

por Robson Assis | | 17.3.10 1 Comentário

Não conseguia se virar. Era outra noite de insônia. A televisão em baixo volume que sempre ajudou, hoje era sua pior inimiga. Desligou e abriu as janelas. Voltou a se deitar, esforçar os olhos a cair no sombrio. Revirou-se por outra hora inteira. Levantou com sono, mas precisava de um cigarro. Foi para a janela. Noite de quinta-feira. Ouvia vozes de alguém conversando, no fim da rua. A biqueira nunca parava. Fumou e sentou no sofá, com o livro que tentava ler antes de decidir não dormir. No terceiro capítulo, deixou o volume sobre a mesa. Ligou a TV e acendeu a luz, não ia dormir.

Zapeou canais até decidir que não veria nenhum crente cagar suas regras. A MTV repetia clipes estranhos a seu gosto nostálgico para música, lembrou-se da idéia de assinar uma TV a cabo. Um dia, assim que as coisas começassem a se rearranjar. Precisava dormir, acordaria cedo. Não o fez. Desligou a TV, outro capítulo lido, agora sem dar vestígios de sono. Cansado de palavras - seu ofício pela manhã era vendedor de loja de sapatos - pegou a coleção de clássicos que tardou a completar, "pela primeira vez" pensou, "ter comprado essas merdas fez algum sentido".

Não tinha um gosto tão apurado, sabia que gostava daquela música, mas não sabia explicar o porquê. Colocou Haydn e, na segunda sinfonia, Bach, substituído no meio de um dos Concertos de Brandenburgo por Wagner e suas Valquírias. Deixou o disco no rádio e acendeu outro cigarro. Saiu até o portão. Gostava das noites longas, mas aquela não parecia durar tanto tempo mais. Olhava as estrelas e gostava de tentar entender o universo por 30 segundos. Depois era tomado por um pavor incontrolável pelo que não poderia explicar. Talvez ninguém o pudesse. O mundo era em si, algo inexplicável, ao qual, concluía, "nunca vamos saber a lógica, nem conhecer a verdade". Depois pensava onde ia terminar aquele dia, em qual boteco, com quais amigos, em quais circunstâncias. Quem lhe diria que chegou atrasado porque a Paulista estava parada de trânsito? Quem daria risadas de suas piadas com pouco apelo ao inventário popular de anomalias às quais se pode rir? Quem lhe daria o amor que nunca sonhou e cobraria os custos de hospedagem após uma hora completa? Quem faria seu dia acontecer de forma menos linear?

Voltou pra dentro quando viu o céu negro tomar proporção púrpura, seguido de anil intenso. O sol despontava em algum lugar, sentia. O céu estava clareando e ele, droga, havia passado a noite com todos esses monstros.

Sentou na mesa, viu o relógio, faltava pouco mais de uma hora para o horário de acordar. Fez um café forte em poucos instantes. Despiu-se enquanto a água fervia, caminhou nu até a cozinha, pegou a mesma caneca velha de todas as manhãs. Tomou a droga do café e pigarreou.

Ao entrar no banheiro, deixou a água cair sobre o corpo e fechou os olhos. Pela primeira vez, teve sono. Riu disso. Saiu de casa dez minutos adiantado de seu horário habitual, com a mochila nas costas e a esperança de que seu dia tivesse fim.

Esta é a primeira parte de uma novela de 3, 4 ou mais capítulos, em breve aqui no blog.

De Bombeta e Moleton #1 (mixtape)

por Robson Assis | | 12.3.10 2 Comentários

Inauguro aqui, hoje, a seção de mixtapes deste blog, completamente inspirado no formato das mixtapes da Dani Arrais no Don't Touch My Moleskine, um excelente blog, vale a visita. A primeira chama-se De bombeta e moletom, uma seleção de raps para sexta-feira à noite. É o que ando ouvindo no carro, no trabalho, em casa, indicações de amigos como o Ogi e o Cabes e uns achados, como o mashup entre Los Hermanos e De Leve.

Para deixar claro: Nem todas as mixtapes serão de rap. Por exemplo, a provável próxima coletânea será de Hardcore, feita pelo Rodrigo Herzog, meu irmão.

A foto é do Cabelo (NOT), que também é grafiteiro, rimador, punk e vagabundo nato.

Ouça a mixtape no player abaixo!



01. Jay-Z, Moment of Clarity
02. Rashid, E se...
03. Wu-Tang Clan, The Heart Gently Weeps
04. Projota, Pelo Amor
05. Statik Selektah, Critically Acclaimed
06. Black Alien, Umaextrapunkprumextrafunk
07. Cabes, Copos pra Cima
08. Ogi, Premonição
09. Thaíde & DJ Hum, Assim Caminha a Humanidade
10. Consequência, Missão (Parte 1)
11. Emicida, Quer Saber?
12. De Leve x Los Hermanos, Deixa meu dinheiro (desta série de mashups do João Brasil)

GLAUCO (1957 - 2010)

por Robson Assis | | COMENTE!

O grande cartunista Glauco e seu filho Raoni, de 25 anos, morreram nesta madrugada, assassinados em sua própria casa. Você deve se lembrar dele através das tirinhas Geraldão e Casal Neuras. Glauco recebeu e continua recebendo diversas homenagens pela rede.

Última tirinha de Glauco para a Folha de São Paulo, publicada em 12/03
A Folha Online coletou depoimentos de colegas do cartunista como Caco Galhardo, Adão Iturrusgai, Fernando Gonsales e Jean Galvão. Na seção de podcasts do site, Angeli fala sobre a importância de Glauco como amigo e artista, com um discruso humorado na medida do possível, mas com um pano de fundo pesado: "perdi boa parte da minha história", diz.

O Twitter chegou a ter sete Trending Topics sobre o assunto nesta manhã, entre eles "Glauco Villas", "Casal Neuras", "Geraldinho". Ainda pelo twitter, encontrei a bela homenagem de FabioRex, abaixo:


Segue uma lista - incompleta até então - das homenagens ao cartunista:

/ Revista MAD
/ Jean Galvão
/ Ferréz
/ Adão Iturrusgai
/ Dr. Pepper
/ Universo HQ
/ Benett
/ Fully Flexible
/ Edmundo Leite
/ Folha On Line
/ Nani

Literatura e Resistência, Ferréz (DVD)

por Robson Assis | | 10.3.10 1 Comentário

No documentário biográfico Literatura e Resistência, lançado em 2009, Ferréz expõe a história de sua vida de escritor e prova porque é considerado o principal ícone do movimento literário mais efervescente no Brasil. A literatura marginal, fermentada com o lançamento de Capão Pecado no ano 2000, hoje tem um grande público e amplitude, desde estudos acadêmicos com essa temática até livrarias inteiras dedicadas ao estilo. Ferréz foi o agitador por trás disso tudo.

O documentário de quase uma hora traz fragmentos em vídeo do escritor, que conta histórias de sua vida e do conturbado começo de sua carreira. Em grande parte, são vídeos caseiros de curta duração, interligados pelas histórias contadas pelo próprio Ferréz, parentes, amigos de infância e nobres convidados, entre eles: Eduardo (Facção Central), Chico César, Paulo Lins (autor de Cidade de Deus), Marcelino Freire e Lourenço Mutarelli.

Pra quem não sabe, Ferréz também ataca humildemente no rap com rimas pesadas e bem elaboradas, embora contestável flow. Portanto, nos extras, três clipes: Judas, Periferia Lado Bom e Os Inimigos não mandam flores, este último uma compilação de imagens de quadrinhos que lembra alguns antigos encartes da revista RAP Brasil.

Ainda nos extras, uma entrevista esclarecedora feita pelo jornalista Paulo Lima que sintetiza o pensamento do escritor sobre política, pobreza, amor e revolução. E pra finalizar, Ferréz apresenta o processo criativo utilizado na criação do livro Manual Prático do Ódio, de 2003.

Literatura e Resistência mostra a trajetória de uma das vozes mais ativas das periferias brasileiras e responsável pela reafirmação cultural do Capão Redondo, tema que já foi abordado neste blog. Tudo isso percorrendo um caminho que tira as máscaras do autor e o coloca como um ser humanizado e pensador, que ganha seu público com a palavra simples e dita de coração, de igual para igual. Ao final, o espectador fica com o mesmo sentimento de Chico César em seu depoimento que abre o DVD: “Ferréz é um dos maiores escritores vivos do país, eu tenho orgulho de ser seu contemporâneo”.

Os livros de fevereiro

por Robson Assis | | 2.3.10 COMENTE!

Memórias do Subsolo, Dostoiévski - Um romance autobiográfico, sobre as pequenas tragédias da vida. As ocasiões em que se impõe certa inferioridade nos atos, não por medo, mas sim pelo prazer de saber o que está de fato acontecendo. Nosso verdadeiro subsolo, o livro ensina, é quando rastejamos por querer entender demais o mundo que nos rodeia. Uma obra inspiradora do escritor russo, um misto de poesia e frustação com uma grande dose de ódio velado nas entrelinhas. Foi escrito na cabeceira de morte da primeira mulher do autor, fiquei sabendo disso depois, o que tornou ainda mais interessante deste ponto de vista. O "homem do subsolo" faz uma intensa busca sobre o caráter e natureza humana, às vezes com ironia, mas sempre trazendo o leitor a participar da narrativa, trabalhando seus fatos como uma grande conversa sobre existencialismo. Um pequeno livro, mas não se engane: ele sabe ser denso quando é necessário.

Alta Fidelidade, Nick Hornby - A história de Rob Flemming, um homem de meia idade, dono de uma loja de discos à beira da falência e apaixonado por discos e música pop. Começa o livro apresentando cinco mulheres de sua vida que levaria para uma ilha deserta e descreve relacionamentos passados sempre se referindo à música pop: "As pessoas afetivamente mais infelizes que conheço são as que mais gostam de música pop". Vale ressaltar, ele passa o livro todo fazendo listas top 5 com seus amigos, funcionários da loja: melhores filmes de determinada atriz, músicas de determinada banda, até empregos que gostaria de ter além de sua loja entram nos assuntos. Com isso, vive uma busca por amadurecimento na vida, profissional e amorosamente falando. Ele chega a se questionar como um adolescente imaturo como em "até que idade a gente tem que chegar para que essas coisas não aconteçam?". É o segundo romance de Nick Hornby e sem dúvida o mais famoso. Existe, inclusive, uma versão adaptada para o cinema, uma comédia com John Cusack e Jack Black.

1984, George Orwell - Romance distópico, baseado em um regime totalitarista, conta a história de Winston, um funcionário do governo que se revolta contra o Grande Irmão, o ícone maior do Poder. O pano de fundo da obra remete a uma metáfora sobre o poder e como ele pode levar as pessoas a um raciocínio menor sobre a vida e a existência. Em diálogo, O'Brien - um dos personagens mais marcantes do livro - diz a Winston "O Partido procura o poder por amor ao poder. Não estamos interessados no bem-estar alheio, só estamos interessados no poder". Orwell soube misturar neste romance as mais diversas sensações, desde o delírio sentido por Winston quando começa a ver que tudo em sua volta está errado e parece desmoronar, até a agonia extrema, quando o personagem se vê de frente com o inimigo de mãos atadas aos seus próprios medos.

O Apanhador no Campo de Centeio, J.D Salinger - Uma releitura deste clássico do Salinger que eu precisava fazer em homenagem a morte do autor, neste fevereiro. A história de Holden Caufield, um garoto recém expulso de um colégio, que ainda não contou a notícia para seus pais e vive num mundo a parte, em que tenta, de certa forma, entender o comportamento humano. Engraçado como cada vez que se lê o livro, ele toma uma conotação diferente. Da primeira vez que li, lembro que vibrava na história em si, em como ele saía bêbado de um bar para um hotel com uma prostituta e depois dormir numa estação de trem e então conversar com sua irmãzinha no museu. E desta vez, fiquei fascinado pela forma que ele pensa sobre a humanidade, nossas convenções, compromissos sociais, a chatice que existe em ser adulto. E Holden é um menino que todos nós já fomos - ou seremos - um dia.

Documentário do Bad Brains

por Robson Assis | | COMENTE!

E os lendários Bad Brains anunciaram via Myspace e Facebook que estão na fase final da produção do documentário sobre a história da banda.

O filme, com direção de Mandy Stein (que foi produtor em Too Tough to Die: A Tribute to Johnny Ramone) e Ben Logan, traça a história da banda desde a formação em Washington, em 1977 até os dias de hoje. O documentário inclui entrevistas com os quatro membros (HR, Dr. Know, Darryl Jenifer e Earl Hudson), Henry Rollins (Black Flag), Ian MacKaye (Minor Threat/Fugazi) e Adam Yauch (Beastie Boys).



Sobre o Bad Brains
Banda de hardcore de Washington (EUA), formada em 1977 e considerados pioneiros do estilo musical. Os integrantes são seguidores da religião rastafari e as performances de palco - pode conferir aqui - são lendárias e enérgicas.

(via Dangerous Mind)

Manifesto de apoio a Denise Bottmann

por Robson Assis | | 1.3.10 COMENTE!

"Causou comoção entre todos os profissionais ligados aos meios editoriais do País a notícia de mais um processo movido contra a tradutora Denise Bottmann, em decorrência de denúncias de plágio de tradução, por ela veiculadas em seu blogue Não Gosto de Plágio."
O texto completo - assinado por Heloisa Jahn, Jorio Dauster, Ivo Barroso e Ivone C. Benedetti - está disponível no Blog apoiodenise.wordpress.com. Indico especialmente o post Afinal, do que Denise Bottmann está falando? para entender melhor o caso de plágio exposto pela tradutora/blogueira.

Fica aqui meu apoio e adesão.

Se você quiser aderir a este manifesto, segue o link do abaixo-assinado:

http://www.petitiononline.com/Bottmann/petition.html